segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

ESTAÇÃO "SAUDADES" O TREM DA VIDA!


ESTAÇÃO "SAUDADES", O TREM DA VIDA!!!
Minha lealdade devo a um lugar,
um passado, a cidade onde nasci, cresci e amei.
Aos meus pais amados,
aos mestres que me iluminaram.
Aos amigos leais, alicerces
do meu encanto pela vida.
Aos rios e lagos que me banhei,
ruas por onde passei,
o primeiro tombo de bicicleta
(filho da mãe como chorei)
Rabeiras de caminhão peguei,
em dorsos de cavalos montei,
mas meu coração de menino, porém,
se apaixonou pelo Trem...

O Trem de Passageiros, da familia
e forasteiros, do caixeiro-viajante.
do militar, do poeta cantante,
do namorado e amante,
dos janotas grã-finos, gente
que se reverenciava e o chapeu,
com elegancia tiravam.
La Belle Époque
do romantismo puro e belo,
no tempo do trem das Estradas de Ferro.

Da gare da Estação ao pátio das manóbras
conhecia todos eles: maquinistas, foguistas,
manobristas, o chefe do trem, o chefe da estação,
conferentes, porteiros, bilheteiros, telegrafistas...
Amei intensamente aquela gente
meu pai, ternura humana e amigo,
honrado e orgulhoso ferroviario também.

Mas papai não viveria o tempo e a tristeza
do funeral das estações se decompondo,
abandonadas, dos trilhos arrancados da linha,
depois da ultima composição trafegar...
Na distante década dos anos quarenta,
embarcou num dos trens que amou durante
toda sua vida, para uma estação chamada CÉU
(assim partiam todos que amavam a ferrovia)

Hoje não existe mais a emoção nas chegadas,
nem o apito no adeus das partidas.
Os sonhos daquele menino fizera sua ultima
parada na estação de nome "SAUDADES"!
Saudades de todos, saudades da estação, do
trem, dos passageiros, saudades de tudo sim,
e sobretudo, muita saudades de mim...

Agmon Carlos Rosa, filho de ferroviario.

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